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NEUZI BARBARINI
Autora do Livro “Poesia de uma mulher comum”, publicado pela editora Scortecci.
Possui graduação em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá (1986), mestrado em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001), especialista em Psicologia Clínica pela PUC/PR (2018). Atualmente é professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social, atuando principalmente nos seguintes temas: psicologia social, psicologia, psicologia do trabalho, saúde coletiva e psicologia comunitária.
Biografia: https://www.escavador.com/
Enquanto engano a morte
A morte sempre espera
alvíssima
do outro lado da rua que não atravesso.
Enganei você de novo
conversando amenidades com o porteiro
sobre custos de vidas
ou se vai chover amanhã
para me tirar da secura
que faz a vida arder
e o corpo pedir
trégua
cafuné
e um sorvete de coco
com abacaxi.
ANTOLOGIA PATUÁ 10 ANOS + Patuscada/ Vários autores. Editor Eduardo Lacerda. Capa de Leonardo Mathias. São Paulo: Editora Patuá, 2021.; 288 p. 13,5 x 21 cm.
ISBN 978-65-5864-191-9 Ex. bibl. Salomão Sousa
Morridas
Eu já morri tanto
que perdi as contas,
não fiz calendários
nem notas no diário
por isso minhas mortes
não fazem aniversário.
Na infância morrer era brincadeira
e cada instante perdido
era a morte, faceira
passando despercebida.
Morri na adolescência
de medo e ignorância
das mortes que ainda viriam.
Foi tanta morte passando
em alta velocidade
que nem deu tempo de saber
quantas eram de verdade.
Chegando na vida adulta
já morri de solidão
perdas, dores, opressão
susto, raiva, privação,
são tantas as mortes
e tão bem morridas
que agora nem mais sei
o que foi que aconteceu
com as vidas que eu não usei.
Penélope no desmanche
Penélope mil vezes desmanchada
Dos que não teceu nos dias que passaram
Olha o fio, intacto, de uma vida
Envelhecida sem esperas de Odisseu.
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Página publicada em dezembro de 2021
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